“Eu, a Sabedoria, moro com a sagacidade,
E possuo o conhecimento da reflexão.
Eu amo os que me amam,
E os que me procuram me encontram”.
(Pr 8,12.17)
Este ano o evento acontecerá em Recife/PE, no período de 29 de agosto a 01 de Setembro de 2018, na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Instituto Ricardo Brennand e Sesc/PE (Santo Amaro).
Esta quinta edição estará utilizando como imagem de referência o sexto arcano do tarô, a carta Os Enamorados/Os Amantes, a partir da qual e também sob inspiração da cidade que a acolherá, elaboramos o tema do evento:
SENDAS, EMBARAÇOS, EROS E ARRECIFES
No encontro, nos propomos a discutir os trânsitos, colaborações e confrontos entre os saberes artísticos, a filosofia, literatura, antropologia e psicologia, conforme o discurso imaginal da carta dos enamorados/amantes, seus símbolos, mitos a ela associados e imagens arquetípicas a ela relacionadas.
Segundo Sallie Nichols, com Os Enamorados, “pela primeira vez na série do Tarô, a figura central não é pintada como um personagem mágico ou divino. Parece um ser humano comum, que enfrenta o mundo e seus dilemas com os pés solidamente plantados na realidade de todos os dias” (NICHOLS, 2007, p. 137). Desta forma, o V Encontros Arcanos também nos convida a mergulhar na realidade imediata, concreta, que nos circunda, em sua atualidade. Impulsos conflitantes, escolhas, Eros, coração, prazer, beleza, união.
Os Encontros Arcanos utilizam o sistema de imagens do tarô como referência indicial de reflexões e estudos, por vislumbrar nele um rico acervo de ideias arquetípicas, aberto a leituras e interpretações diversificadas. Temos também consciência da ampla diversidade de imagens que a tradição simbólica e mística legou até os dias de hoje. Por essa razão, os Encontros Arcanos não elegem nenhum tarô em específico, mas abrem-se aos diversos modelos existentes, seja o de Marselha, o de Waite, o de Crowley ou qualquer outro menos ou mais tradicional.
O tarô, em si, não é objeto de estudo. Por outro lado, ele é tomado como perspectiva imaginativa, no sentido próprio que o arquetípico James Hillman entende o logos da psiquê, como perspectiva e não como substância. Base poética da alma.
Sejam bem-vind@s às sendas arcanas de 2018!
“E se o Namorado falasse… [ele diria] sou o sol do Arcano, o sol branco: quase invisível, mas iluminando todos os personagens. Sou essa estrela: a alegria de existir, e a alegria de que o outro exista (…) a existência do outro sob todas as suas formas – esse outro que não é outro senão eu mesmo” (JODOROWSKY e COSTA, 2016, p. 179)